*Helman Telles
As “características” da mulher contemporânea, envolvida tanto em seus ciclos naturais de vida como em seu crescente desempenho nos setores produtivos da sociedade, onde vem acumulando papéis, torna sua saúde uma complexa trama em que fatores biológicos, sociais e comportamentais se fazem presentes. Nessa abordagem, destaca-se como tema de interesse e discussão, tanto nos meios acadêmicos quanto na mídia em geral.
Não por acaso, ocorre a fusão entre a iniciativa pública e privada para a criação de mais um espaço de permuta de informações e divulgação de experiências. Assim, o blog Mulheres Totalmente Independentes além de ser mais um espaço online para discussão e apresentação de temas que envolvem o tabagismo e seus efeitos deletérios, tem particular atenção à saúde feminina. O blog está inserido numa campanha da Secretaria da Saúde de Florianópolis para esclarecimentos acerca do tema do vício do fumo, principalmente nesse público.
A campanha, lançada no mês passado, foi tema de reportagem no Jornal do Almoço do dia 08 de outubro, com participação de nossa colega, Dra. Senen Hauff que, também, escreveu a matéria Parei mas não quero engordar! para o blog. Embora as estatísticas, historicamente, registrem um consumo do cigarro maior entre os homens, dados recentes demonstram que a tendência se inverte, com a estagnação do uso por parte desse gênero enquanto que entre o gênero feminino está em constante crescimento, sendo tal fenômeno clara indicação de que o hábito se incorporou ao dia a dia das mulheres, talvez por conta de mudanças estratégicas da indústria do tabaco que “lançou mão” de novos artifícios para tornar seus produtos melhor aceitos como, por exemplo, o uso de essências aromáticas e flavorizantes, que parecem fazer um maior sucesso junto ao público jovem e feminino. Acerca desse aspecto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, a cada dia, 100 mil crianças tornam-se fumantes em todo o planeta, com previsão de 10 milhões de mortes anuais por volta de 2030, caso as atuais tendências se mantenham.
A promoção e a proteção da saúde dessa “reserva de mercado” (assim vista pela indústria tabagista) é de imprescindível importância, dado a relevância dos papéis que desempenham esses grupos no ciclo produtivo e reprodutivo da espécie humana e suas sociedades. Sendo um problema de proporção mundial é foco de tensão permanente entre a indústria do fumo e os órgãos de saúde, merecendo destacada atenção por parte de programas de governos, como é o caso do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde de Florianópolis que, além de ter lançado esta campanha, conta com o programa Controle Tabagismo, vinculado à Atenção Primária que mantém blog com páginas especialmente dedicadas à Saúde da Mulher, Controle do Tabagismo, e à Mudança de Comportamento, onde, além de postagens, são divulgados artigos, documentos para download e compartilhamento de experiências.
*CD/SMS/Fpolis